Coloridos e simpáticos em nado e formas, esses peixes são milenares na tradição Oriental
Esse protagonista e ilustre Anfitrião do aquarismo é um dos precursores que impulsionaram o hobbie. Conta-se que essa prática começou já com egípcios, onde encontramos figuras de peixes em vasos da antiga civilização, também, relatos da manutenção de peixes em banheiras na Roma antiga, tanques para peixes de água doce e salgada encontrados no zoológico de um imperador asteca e a criação de carpa colorida em tanques no oriente, são alguns exemplos. A publicação do “Livro do Peixe Vermelho” do chinês Chang Chi En-Tê, de 1596, marca o nascimento oficial da atividade. Esse livro relata como o autor alimentava os peixes, trocava a água, limpava os recipientes e protegia-os do frio no inverno (BOTELHO FILHO, 1990).
É bem provável que o kinguio tenha entrado da China ao Japão em meados do período Muromachi, no ano de 1502(Bunki 2-nen). No início, os kinguios eram criados como animais de estimação pelas famílias ricas e nobres como sendo algo curioso, e sòmente no período Meiji é que a espécie se propagou pelo país.
Acredita-se que a criação de kinguios na cidade de Yamatokoriyama teve seu início em 1724 (Kyoho 9-nen), quando Yoshisato Yanagisawa transferiu-se de Kai (hoje província de Yamanashi) para Yamatokoriyama. No final do xogunato Tokugawa, trabalharam nesta criação de peixes, em caráter subsidiário, os vassalos de classe superior, e após a restauração Meiji, os vassalos que haviam perdido seus cargos e também os agricultores. Diz-se que, quem prestou auxílio a esse povo foi Yasunobu Yanagisawa, último senhor feudal de Koriyama.
Além desse cenário histórico, existiam outras vantagens para a criação desses peixinhos, i.e., boa qualidade de água, reservas abundantes de água para irrigação agrícola, e as pulgas d’agua (dáfnias) que nasciam nessas águas e serviam de ração para os filhotes de kinguio.
No período de 1965 a 1975 (Showa 40-nen-dai), a produção de kinguios teve um aumento anual muito grande com o crescimento econômico do país e avanço tecnológico de criação dessa espécie. Isto não só deu impulso ao consumo interno, como também aumentou a exportação para a Europa, Estados Unidos, sudeste da Ásia, etc. Nestes últimos anos, a produção sofreu queda devido à poluição da água pela urbanização, deterioração do meio ambiente, etc. Mesmo assim, cerca de 60 produtores vendem anualmente aproximadamente 70 milhões de kinguios e 300 mil carpas coloridas criados numa área de 90 hectares.
Segundo especialistas as Carpas Gibel eram criadas em tanques chamados de “Go” nos mosteiros budistas e depois de alguns séculos o imperador chinês Zaho Gou, mandou construir vários jardins na cidade de Hang Zhou, onde colocou diferentes tipos de Carpas trazidas de todas as regiões da China e assim originou as primeiras espécies de Kinguios, que posteriormente na disnastia Ming, a reprodução foi mais intensificada, pois os chineses começaram a criar os peixes dentro de casa em pequenos tanques, ou aquários sem visão lateral, como vasos, onde os peixes eram vistos por cima e assim surgiu algumas espécies comuns hoje em dia como o Telescópio, o Red Cap, Cauda de Foguete, Cálico e Ovo (não possui a barbatana dorsal) entre outros.
Sabemos então que o kinguio teve sua origem na China (espécie chinesa), e passou a ser desenvolvido no Japão (espécie japonesa) com o avanço de várias técnicas de reprodução. Atualmente, as espécies criadas no Japão somam-se em 30, podendo este número aumentar se elas forem subdividas. Por outro lado, acredita-se que as espécies chinesas possam ultrapassar as 100 espécies. Porém diversas espécies foram surgindo no decorrer dos anos, através da combinação e da seleção das espécies. Isto facilita o conhecimento das atuais espécies pela sua origem e gênese.
Em termos Biológicos, falando da genética do kinguio e sua Morfologia, no que tange as formas e cores dos Kinguios, isso ocorreu logo no início à séculos atrás, quando duas carpas foram cruzadas e delas surgiu uma nova espécie com uma quádrupla hélice de DNA, então hoje a ciência nos mostra que Kinguios são peixes Tetraploides (possuem 4 x o número de haplóides no cromossomo) e o Tetraploidismo permite-lhes a recombinação de diversos pares de alelos para as características genéticas finais. Ou seja, imagine um artista usando em sua paleta 3 porções das cores primárias; azul, amarelo e vermelho, e que no decorrer de sua obra ele misture as cores e pinte sua tela usando novas cores que surgiram através de outras recombinações, seria isso o que acontece quando se é Tetraploide. Ou imagine um homem com possibilidade de herdar geneticamente de seu antecessor 6 cores diferentes de cabelo. (porém isso não seria possível pois somos diploides, nossos cromossomos se organizam em pares de cromossomos homólogos) Portanto é isso o que ocorreu com o Kinguio. Algumas variantes de características foram reforçadas nas seleções reprodutivas conforme o habitat e pela evolução e adaptação própria do DNA do peixe, como é o caso do Celestial que virou os olhos para o alto e se adaptou para que conseguisse enxergar o alimento em lugares com pouca luz. E isso não foi o homem que fez, isso é a mais bela característica da inteligência da natureza, a mesma que faz o homem com o passar do tempo perder os pelos ou deixar de nascer dentes sisos. Logo, se eu cruzar dois kinguios cometas ou dois telescópios, a ninhada não nascerá com exatas características dos pais, mas com diversas possibilidades de características devido ao tetraploidismo ( sim nascerão, red caps, olivas, ryukins, orandas....) A espécie precursora de ciprinídeos, as Kois ou Carpas, são peixes Triplóides. Pois isso os vastos grupos de cores, mas sem variações de formas.